Existem dois tipos de evento, os privados e os públicos.
Refiro-me a eventos musicais, shows, apresentações de bandas famosas ou o que
costumamos chamar de festas. As festas das nossas cidades de Juazeiro e
Petrolina cada vez mais afastam o grande publico das atrações, por vezes, há
muito tempo esperadas, com a prática nefasta e excludente das áreas VIP.A área VIP é algo novo aqui na região e parece que veio para
ficar. E que funciona da seguinte forma, o espaço do clube ou casa de show
escolhida/escolhido para receber a atração é descaradamente “retalhado” e
configurado para agradar aos pagadores exclusivos, o iluminado cliente VIP.
Pelo porte das duas cidades e pelo nível das atrações trazidas para cá, os
preços dos ingressos são proporcionalmente abusivos em comparação a outras
cidades mais, digamos, desenvolvidas. O que por si só, já é um absurdo.
A pista virou o novo povo (povo aqui, não represente a
massa), e sabemos que o povo não participa destas festas. Acho que muitas
mulheres e homens do povo, por exemplo, gostariam de pagar um preço justo para
ver uma artista, cantor ou banda renomado/renomada. Curtir um evento com
segurança, bom trato e tranquilidade, a meu ver, nestes eventos e espaços “pista”
é praticamente impossível. A pista tornou-se uma ilha de desgarrados, pobres
coitados que não podem gozar dos prazeres e privilégios das áreas mais
abastadas, com uísque caro e massagem no pé.Não sou contra a área VIP e sim contra a má utilização do espaço
para quem fez a opção de não “ser” área VIP. Quem pode pagar por uma mesa, ou
camarote, que pague! Mas, a organização do evento que não prejudique quem não
quer, ou não pode, pagar pela mesma.
A estrutura é montada para favorecer
somente os que decidiram pagar um muito a mais, para obter privilégios que
poderiam ser concedidos a todos os pagantes independente da classe ou área a
que pertença se algumas outras questões fossem respeitadas, mas esta, já é
outra história.Hoje já existe o VIP do VIP, as áreas “Privilege”, que como
o próprio nome já incita, nos remente a algo singular e único. Nada mais é do que
uma prática de cada vez mais restringir e limitar os espaços, demonizar e
montar a alegoria do alpinista, onde homem/mulher tem que alcançar o cume do
status social, para que até numa festa ou evento possa demostrar sua
superioridade.
A
criação da área VIP é reflexo de nossa sociedade, assim como outras questões
mais relevantes, como a educação privada e os planos de saúde particulares.
Contudo, esta questão pode servir perfeitamente para ilustrar o quanto, cada
vez mais, o homem se separa do homem. Quem pode pagar, continuará a pagar, que
vende sempre contará com uma clientela fiel. Que continuem a área VIP, mas que
se respeite a opção, ou condição do outro
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